terça-feira, 4 de novembro de 2008

Lisbon





«Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vastas
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.»

4 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Ainda manejo isto mal.
Em cima pus o que queria aqui.

Paciência... leiam de novo: é um sobe-e-desce de faz de conta.

Mas, já agora, aproveito para lhe encaixar este poema, sim porque comentar esta "obra" só vai com empréstimos alheios:

Sophia de Mello Breyner Andresen “Rosto”:

«Rosto nu na luz directa.

Rosto suspenso, despido e permeável,
Osmose lenta.
Boca entreaberta como se bebesse,
Cabeça atenta.(...)»

-- e que a POETA me perdoe:

Rosto por detrás da câmara
simbiose cúmplice
lente entreaberta como se visse
tudo além
para lá de mim, de ti, de nós

e por aqui fico
+ bjs da t.d.

Pipa disse...

Lindo! Brigada :)

Zinzim disse...

cada vez que faço esse caminho fico toda arrepiada, conseguiste fazer-me sentir a mesma emoçao!
OBRIGADO